terça-feira, 1 de abril de 2008

Alta do frete será inevitável durante a safra.


Além dos inúmeros problemas que as condições da rodovia causam aos motoristas, com gastos extras em manutenção e conserto dos caminhões, o problema reflete, negativamente, no preço do frete de produtos que precisam ser transportados para a região sul do país, onde alcançarão os portos e serão escoados para outros mercados. Nesta época do ano, quando aumenta o fluxo de grãos a serem escoados e, conseqüentemente a oferta, o preço sobe cerca de 10% em relação aos outros meses do ano. De acordo com o empresário Odemar Schenatto, hoje o frete de grãos para Maringá custa R$ 160 e para Alto Taquari, R$ 125. Ele explicou que o único frete que não aumentou foi o da madeira, pois a produção - oferta - está baixa, devido à fiscalização ambiental da operação Arco de Fogo na região. “Hoje se paga R$ 180 pelo frete da madeira, mas se não tivesse essa fiscalização, estaria R$ 230”. Schenatto ainda esclarece que o que influencia o preço do transporte é uma cadeia de gastos com a qual quem precisa escoar produção tem que arcar, principalmente impulsionado pelos impostos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Em Mato Grosso se tem um alíquota de ICMS alta. Enquanto aqui é 12%, nos outros estados concorrentes, como Minas Gerais, Goiás, é de 10%. O transporte é complicado, dificultoso, as estradas ficam destruídas na temporada de chuva, estamos longe dos portos, é um acumulativo”. Hoje, algumas empresas transportadoras de Sinop têm excesso de grãos para transportar e falta de caminhões para fazer o transporte. Odemar Schenatto explica que isso acontece porque os proprietários de veículos não querem colocar os caminhões para transitar em estradas deficientes como as da região norte. “É preferível trafegar em estradas nas quais se gastará com pedágio, mas se tem uma estrada boa. Por que trafegar em uma sem pedágio, mas se exigirá um gasto muito maior com manutenção?”. Para o empresário o maior problema da região é a falta de política eficiente para o desenvolvimento local. “Hoje, os políticos não estão preocupados em defender os interesses dos eleitores, mas os próprios interesses. Esses tapa-buracos que são feitos, são sem efeito. Tem que fazer um trabalho bem feito, porque senão o governo gasta um dinheiro desnecessário e não resolve o problema, e é o dinheiro dos impostos que pagamos e os problemas afetam o bolso do brasileiro, que paga caro para ter solução. Se o dinheiro fosse bem aplicado, Sinop seria bem melhor do que é”, finaliza.


Artigo publicado no Diário de Cuiabá, capturado no site: http://www.frotacia.com.br/. Acesso em 01/04/2008 às 15h37m.

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